segunda-feira, 3 de junho de 2013

Prof. José Antonio de Albuquerque conclama a intelectualidade de Cajazeiras

Do Facebook do Prof. José Antonio de Albuquerque
Lançamento do livro "Cajazeiras nas crônicas de um Mestre Escola", do professor Antonio José de Sousa, ocorrido em agosto de 1981, na sede da Biblioteca Municipal Castro Pinto, apresentado pelo professor José Antonio de Albuquerque, editado pela Universidade Federal da Paraíba, quando era reitor o professor Antonio de Sousa Sobrinho. Este livro está com sua primeira edição esgotada e a cidade de Cajazeiras, através de seus lideres educacionais, poderia iniciar um movimento para uma segunda edição, dentro das comemorações dos 150 anos da Emancipação Politica do Municipio.
Prof. José Antonio de Albuquerque apresentando o livro
Prof. José Antonio de Albuquerque cumprimenta o Prof. Antonio Sousa

COMENTÁRIOS NO FACEBOOK 


Excelente sugestão para a Secretaria de Cultura viabilizar este projeto
Prof. Reudesman Lopes Ferreira



Prof. Jose Antonio, o Senhor sempre participando das glórias da Cidade de Cajazeiras e da Paraíba de uma forma geral. A luta pelo aeroporto continua, em breve ira ser realidade na cidade. Sera mais uma vitória fruto da sua dedicação e amor pela cidade. Um orgulho não só de D. Mãezinha  D. Antonieta, filhos e netos (Sofia, Heitor, Matheus, Davi e Camillo Filho), mas de toda família. Parabéns!!!!



 Orgulho de todos nós que te amamos...
Ana Teresa



domingo, 2 de junho de 2013

CAJAZEIRAS E SUA HISTÓRIA CRIAÇÃO DA FREQUEZIA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE

Por Lei Provincial no. 5, de 29 de agosto de 1859, foi criada a Freguezia (sic) de Cajazeiras, e a capela construída por ANA FRANCISCA DE ALBUQUERQUE (mãe do Padre Inácio Rolim), foi elevada ã categoria de Matriz de Nossa Senhora da Piedade.
Pela mesma Lei foi criado o Distrito de Cajazeiras.
CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS
LEI no. 992
DE 23 DE NOVEMBRO DE 1863
FRANCISCO DE ARAÚJO LIMA, Presidente da Província da Paraíba do Norte:
Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa Provincial resolveu e eu sancionei a Lei seguinte:
Art.19 - fica elevada a categoria de Vila a Povoação de Cajazeiras, da Cidade de Sousa.
Tendo a denominação de Vila de Cajazeiras.
Art.29 - o território da nova Vila (município) serão das freguezias de Cajazeiras e São José de Piranhas.


Copiada do original por ocasião do 1o. Centenário do Município de Cajazeiras, cuja comemoração se realizou durante 6 meses: de junho a novembro de 1964).
Cajazeiras, 20 de agosto de 1980.

sábado, 25 de maio de 2013

PREFEITOS DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS MANDATOS A PARTIR DE 1929 a 1978

Professor HILDEBRANDO LEAL
Nomeado
de 1929 a 1937
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Coronel JOAQUIM GONÇALVES DE MATOS ROLIM
Eleito
De 1935 a 1937
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Dr. CELSO MATOS ROLIM  
Nomeado
De 1937 a 1940
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SOLIDONIO JÂCOME PALITOT
Nomeado –
1940 (mandato - 3 meses)
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Capitão SEVERINO DIAS NOVO
Nomeado
De 1940 a 1941
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Coronel JUVÊNCIO CARNEIRO
Nomeado
De 1941 a 1944
HERONIDES RAMOS
Nomeado
De 1944 a 1945
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Dr. HILDEBRANDO ASSIS
Nomeado
De novembro de 1945 a fevereiro de 1946 (mandato - 3 meses)
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MANOEL LACERDA
Nomeado
De fevereiro de 1956 a fevereiro de 1947
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ANTÔNIO JOSÊ DE SOUZA
De nomeado –
Interinamente - (mandato - um mês) - março de 1947
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Dr. JOSÈ ROLIM GUIMARÃES
Nomeado
De março a novembro de 1947

Prefeitos Constitucionais do Município de Cajazeiras Eleitos Depois da Ditadura do Estado Novo
Arsênio Rolim Araruna
Posse -        30-11-1947
         Fim do mandato- 30-11-1951
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Dr. Otacílio Jurema
Fim do mandato- 30-11-1951
Posse -        30-11-1951
Fim do mandato- 30-11-1955
Antonio Cartaxo Rolim
Posse -        30-11-1955
Fim do mandato- 30-11-1959
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Dr. Otacílio Jurema
Posse- 30-11-1959
(2- fase)- 30-11-1959 Fim do mandato- 30-11-1963
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Francisco Matias Rolim
Posse -        30-11-1963
Fim do mandato- 31-01-1969 (5 anos e 2 meses)
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Dr. Epitácio Leite Rolim
Posse -        31-01-1969
Fim do mandato- 31-01-1973
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Dr. Antonio Quirino de Moura
Posse -        31-01-1973
Fim do mandato- 31-01-1977
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Francisco Matias Rolim
Posse (2- fase)- 31-01-1977

Cajazeiras, 1º de julho de 1978

quarta-feira, 1 de maio de 2013

RETALHO DE CAJAZEIRAS V

O   primitivo Colégio de Cajazeiras, fundado nos meados  do  século XIX, pelo Padre Inácio de Rolim, o nosso festejado Padre Mestre, funcionava no local que é ocupado atualmente pelo Colégio Nossa Senhora de Lourdes, da Congregação das Irmãs Dorotéias. Aquela casa de educação construída pelo Padre Mestre Rolim, cujo funcionamento teve início em 1843, foi a escola pioneira da difusão do ensino das letras implantado no     sertão adusto, extremo oeste da Paraíba, na região do Rio do Peixe, fronteiriça com o Ceará  e Rio Grande do Norte.
Em frente ã casa de ensino do Padre Rolim, antigo Colégio de Cajazeiras, estendia-se um largo de grande extensão, que se tornou popularmente conhecido pelo no me de Praça do Colégio.     

    Na gestão do Governo Episcopal do grande e saudoso Bispo, Dom João da Mata (foto), o prédio do antigo Colégio Padre Rolim foi totalmente reformado, recebendo uma estrutura moderna com dois pavimentos; térreo e superior, tornando- se um edifício imponente, que é uma das belezas de Cajazeiras.
    Dom João da Mata, em 1937, com a cooperação dos poderes públicos municipais e do povo em geral, construiu um monumento ao Padre Rolim na frente daquele Colégio, encimado pelo busto do Venerando Mestre, que ensinou o sertão da Paraíba a ler, educou e civilizou a juventude cajazeirense durante as décadas dos anos 30 a 80 do século XIX.  Referido monumento teve inauguração solene na tarde do de domingo, 22 de agosto de 1937.
   
     Posteriormente, em memória à memória sagrada de ANA FRANCISCA DE ALBUQUERQUE, mãe dos cajazeirenses (a querida Mãe Aninha), o Podei público Municipal aprovou e sancionou Lei batizando aquele logradouro público com o nome - PRAÇA ANA DE ALBUQUERQUE, cujo local, pela beleza de sua arborização, e do aspecto panorâmico, é um recanto muito simpático e atraente.
Cajazeiras, 22 de agosto de 1980.
Prof. Antonio de Sousa



segunda-feira, 8 de abril de 2013

* RETALHO DE CAJAZEIRAS IV - Praça Cardeal Arcoverde*

Praça Cardeal Arcoverde
Diante da suntuosa Igreja Catedral de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Ca- jazeiras e da Diocese encontramos um logradouro público de aspecto simpático, bem arborizado, espécie de pequeno bosque, tendo ao centro, piso pavimentado para passeios, e nas laterais, canteiros para plantas ornamentais, contendo bancos de alvenaria para assento dos frequentadores que, por acaso, queriam permanecer ali por alguns momentos.
Àquele largo que se abre em frente ã nossa majestosa Catedral, desde o início da edificação daquele magnífico templo, recebeu a denominação de Praça Cardeal Arcoverde, homenagem de Cajazeiras católica ã memória sagrada do ilustre sacerdote pernambucano, ex-aluno do Colégio do Padre Mestre Rolim, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, Primeiro Cardeal do Brasil e da América do Sul.
Cardeal Arcoverde
É pena que aquela Praça, que ostenta um nome tão expressivo, que faz lembrar as belezas originais de um passado histórico, esteja abandonada pelo setor de Obras e Urbanismo da Administração municipal responsável direto pela sua conservação. A iluminação da Praça é muito precária, deficiente, não condiz com a localização daquele logradouro, que se acha situado diante da Catedral Diocesana e do Palácio Episcopal.
Faz-se necessário, da parte daquele setor, uma atuação mais eficiente, uma vigilância mais positiva, para que aquele logradouro, de acordo com sua posição, apresente ao público uma imagem perfeitamente condizente com o local que ocupa numa artéria das mais movimentadas de nossa cidade.
Não sabemos se a Praça Cardeal Arcoverde está incluída no plano de modernização das praças de nossa urbe, que está sendo executado pelo dinâmico Prefeito FRANCISCO MATIAS ROLIM, dando uma feição nova ã paisagem urbanística de Cajazeiras.
Todavia, esperamos que o atual Prefeito, com a visão de administrador experimentado, lance suas vistas para aquela Praça incluindo-a (se é que ainda não a incluiu) , no simpático plano de remodelação dos Nossos logradouros públicos.

sábado, 16 de março de 2013

RETALHO DE CAJAZEIRAS (2)

Praça Nossa Senhora de Fátima (Antiga Praça da Catedral)
Meus dois filhos mais novos em visita à Cajazeiras, posarm em 1987
em frente à Praça da Igreja N. S. de Fátima. Hoje moram em São Paulo
estudam na USP e se formam neste final de ano.
A antiga Praça da Catedral, atualmente denominada - Praça Nossa Senhora de Fátima, foi um logradouro público construído pelo então Prefeito Municipal, Professor HILDEBRANDO LEAL, no segundo ano de sua profícua administração, ou seja, em 1930.

No local daquela Praça em frente à antiga Matriz de Nossa Senhora da Piedade, que serviu de Catedral diocesana durante 42 anos, existia um vasto patamar ladrilhado com enormes tijolões de cerâmica, tendo ao fundo um imponente pedestal em alvenaria de pedra e cal encimado por um grande cruzeiro de madeira, esculpido no rodeio dos cruzeiros existentes, naquela época, em frente às igrejas, simbolizando o instrumento do suplício do Gólgota, onde o Cristo-Jesus foi crucificado, morrendo na Cruz, abrindo o Caminho da redenção dos Pecados da Humanidade.

Abaixo daquele patamar estendia-se um espaçoso largo pontilhado de pequenas ele- vações rochosas. 0 Prefeito Hil- debrando Leal, dotado de lar- ga visão administrativa, or- ganizou e executou um plano ur- banístico moderno procurando mudar e melhorar a imagem paisagística de nossa cidade. Com esse objetive e de acordo com a autoridade diocesana e o vigário da então Catedral, fez a translação do Cruzeiro para o centro do Cemitério Coração de Maria, onde ainda permanece; em seguida demoliu o antigo patamar, rebaixou o aterro, fez o desmonte das pequenas elevações rochosas que existiam no largo abaixo do patamar, aplanou o terreno e construiu novo e moderno patamar naquele local, com o piso cimentado. No largo abaixo, construiu uma pracinha ajardinada, muito bonita, edificou um imponente coreto de cimento-armado, ao centro, o qual é considerado hoje um monumento de rara beleza arquitetônica e faz parte do patrimônio histórico de nossa cidade.

Construída e inaugurada a então Praça da Catedral, hoje Praça Nossa Senhora de Fátima, aquele logra douro público passou a ser o ponto chique da cidade, o local de atração do povo, o centro das mani- festações cívico-religiosas e so- ciais da comunidade, onde se realizavam aos domingos, dias santos e feriados, alegres e con- corridas retretas, sob os a- cordes maviosos da banda de música local, com a presença elegante do mundo social cajazeirense.

Com o correr do tempo, aquela Praça, que é um retalho de Cajazeiras, ficou desusada, abandonada, despre­zada, ser- vindo apenas de reminiscência de um passado feliz.

Atualmente, a Praça Nossa Senhora de Fátima está totalmente transformada. Apre- senta-se com a fisionomia de "menina-moça" trajando uma roupagem de modelo incomum, que lhe dá um colorido de Praça ultramoderna, com um aspecto muito elegante, atraente, deixando transparecer a formosura de sua beleza.

0 Prefeito Francisco Matias Rolim, homem público dotado de uma perspicácia admirável, que o faz conhecedor de todos os problemas afetos às necessidades do povo e aos interesses do de- senvolvimento da comuna que administra, resolveu demolir aquela Praça, exceto o coreto que fica ao centro da mesma, que é um monumento histórico, e construir, naquele local, um logradouro diferente, uma Praça com "pê maiúsculo" sob processo moderno de estrutura técnica avançada, dotando-a dos re- quisitos de beleza e de encanto.


E ai está, em frente ã Matriz de Nossa Senhora de Fátima, a nova Praça; uma Praça bonita, formosa e elegante, que serve de admiração aos nossos visitantes, e ê motivo de orgulho par os cajazeirenses de boa-vontade.

Portanto, a Praça Nossa Senhora de Fátima, que é uma motivação turística de nossa terra, destaca-se como o ponto chique do centro da cidade, o melhor e o mais simpá­tico logradouro público de Cajazeiras. É, sem contestação, uma das obras mais importantes realizadas pela operosa e fecunda administração do atual Prefeito FRANCISCO MATIAS ROLIM.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

RETALHO DE CAJAZEIRAS I

Praça Dom Moisés Coelho pag. 43-44
     O largo que se abre em frente ao Cemitério Coração de Maria, dando acesso à Rua Padre José Tomaz, é cortado por um pequeno regato que, no inverno, dificultava um pouco o trânsito, até mesmo de pedestres, que atra- vessavam aquela artéria, prejudicando, sobretudo, a passagem de cortejos fú- nebres conduzindo féretros para o sepultamento naquele Cemitério.
     Dom Moisés Coelho, nosso 1º Bispo, de saudosa memória, durante a seca de 1919, para socorrer os flagelados de nossa cidade, aplicou o dinheiro que lhe era enviado do Sul do País por autoridades civis e religiosas e entidades filantrópicas, em construções de aterros de ruas, bueiros, e pequenos, pontilhões dentro do pe- rímetro urbano. Deu trabalho aos famintos, os velhos e moços, homens, mulheres e meninos, os quais, no final de cada dia, recebiam uma diária em dinheiro, pelo trabalho prestado durante o horário de serviço.Dom Moisés Coelho, nosso 1º Bispo, de saudosa  memória, durante a seca de 1919, para socorrer os flagelados de nossa cidade, aplicou o dinheiro que lhe era enviado do Sul do País por autoridades civis e religiosas e entidades filantrópicas, em construções de aterros de ruas, bueiros, e pequenos, pontilhões dentro do perímetro urbano. Deu trabalho aos famintos, os velhos e moços, homens, mulheres e meninos, os quais, no final de cada dia, recebiam uma diária em dinheiro, pelo trabalho prestado durante o horário de serviço.
     Aquele largo, em frente ao Cemitério, foi beneficiado com a construção de um pequeno pontilhão, que resolveu o problema da passagem dos transeuntes vindo e voltando da cidade, tornando-se fácil o acesso ao Cemitério,sobretudo na época invernosa.
     Com o correr dos anos, ao lado oeste daquele logradouro, foi construído um grande prédio escolar, que recebeu, como homenagem ã memória do grande Bispo filho de Cajazeiras, o nome de: GRUPO ESCOLAR DOM MOISÉS COELHO.
     0 Prefeito OTACÍLIO JUREMA, na gestão do seu primeiro mandato, desen- volvendo o programa do plano urbanístico de sua administração, procurando melhorar a paisagem de nossa cidade, construiu ali, naquele local, uma praça muito bonita, espécie de pequeno bosque, à qual, em homenagem muito justa prestada pelo Município de Cajazeiras ao nosso sempre lembrado 1º Bispo recebeu a denominação de - PRAÇA DOM MOISÉS COELHO.
     Na atual administração do Prefeito Francisco Matias Rolim, aquela Praça foi incluída no programa do Plano Diretor da cidade, para a devida reconstrução, objetivando a modernização de sua estrutura, dando uma estética nova àquele logradouro, colocando-o entre os mais importantes de nossa cidade.
     Feito o levantamento topográfico daquele local e elaborado o desenho da planta do projeto de reconstrução da Praça, o Prefeito Matias Rolim determinou o desmonte da antiga estrutura, atacando os serviços da nova construção implantando aí, de acordo com as normas da técnica um jardim moldado em estilo moderno.
No dia 04 de fevereiro de 1978, à noite, com a presença de autoridades, imprensa falada e escrita, banda de música, escolas de samba, blocos carnavalescos e povo em ge- ral, o Prefeito Francisco Matias Rolim de- clarou inaugurada aquela Praça, totalmente restaurada, apresentando, ao público, de- talhada prestação de conta referente às des- pesas efetuadas com a reconstrução da- quele logradouro, fazendo a entrega do mesmo ao povo.
Aí está a nova Praça Dom Moisés Coelho, totalmente reconstruída, dotada de um sistema ultramoderno de luminária, cujo local é atualmente o ponto chique da cidade, motivando atração, sobretudo à noite, para os que buscam momentos de lazer num recanto delicioso, usufruindo a sensação de um passatempo agradável.
      A Praça Dom Moisés Coelho, com a nova estética de logradouro público mo- derno, agrada aos que vi- sitam Cajazeiras e dá uma impressão maior da paisagem de nossa cidade, destacando a grandeza das realizações da administração do Prefeito Francisco Matias Rolim que merece, por isso mesmo, os aplausos da comunidade ca- jazeirense.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

CÓPIA DO OFÍCIO QUE O PADRE ROLIM ESCREVEU AO PRESIDENTE DO CEARÁ EM 19 DE NOVEMBRO DE 1868

Ilmo. Sr. Presidente.

Na digna pessoa de V.Excia., respeito a primeira autoridade da província. De- sejo que V.Excia. se digne prestar-me um pouco de atenção sobre o que passo a expor. A- cho-me, presentemente, nesta comarca do Crato, e seja qual for a minha pátria, a minha idade, a minha capacidade, a minha disposição, desejo pres- tar-me a serviço de meu país, enquanto a morte não reclamar os seus direitos sobre mim. Este maravilhoso Cariri, atravessado de noroeste a sueste por uma ramificação da grande serra que aqui tem o nome de Araripe é em muitas partes regado por águas cristalinas que, em torrentes mais ou menos abundantes, arrebentam de profundos vales nas encóspias (sic) da serra e formam arroios donde os habitantes industriosamente extraem córregos ou levadas de água para as suas lavouras durante a seca. As faldas da serra constando de terras ora arenosas, ora argilosas e sempre boas para toda sorte de vegetação, têm a vantagem de poder ser favorecidas d’água na estação seca; e é para lamentar que tais terras não estejam cobertas de videiras, árvore do pão, oliveiras, figueiras, árvore de leite, chã da índia, cacau, tâmaras, sagu, as quais aqui se alimentam mui bem, como tem sucedido às outras árvores exóticas que aqui vemos e que vegetam tão bem como as indígenas do Cariri. Decerto a indústria europeia teria melhorado muito bem uma tal terra, onde ao tempo da seca correm regatos de boa água em tal abundância que chegam para regar extensas campinas. 0 solo produz bem toda a qualidade de cereais que aqui se tem plantado. Eu acho-me agora na diligência de experimentar uma plantação de trigo, trabalho este que empreendo com o fim de induzir os fazendeiros do campo a fazerem alguma cultura desse importante gênero. Visto que V.Excia. é quem presentemente tem em seu  poder os destinos desta Província, a quem, senão a V.Excia. devemos nós recorrer? Sei que esta requisição não está isenta de ser taxada de intempestiva e até absurda e para V.Excia. escusada, uma vez que bem conhece as circunstâncias atuais, as necessidades da Província, as localidades e propriedades dos terrenos; todavia, é urgente que nós sejamos importunos em busca de melhoramentos, e se V.Excia. quiser ter a bondade de atender a esta humilde declaração, a minha esperança a tal respeito não ficará frustrada; porque então V.Excia. dará as providências necessárias e munindo-se de autorização pela Assembleia provincial, em razão da despesa, requisitará da Sociedade Auxiliadora da Indústria do Rio de Janeiro aquilo que agora pedimos como mais necessário. Pelos nossos sertões já se vai plantando algum trigo, porém o trigo que me parece preferível a todos é o sarraceno ou negro que se planta nos Estados Unidos, no Rio de Janeiro já a Sociedade Auxiliadora da Iedústria tem dado sementes!
Alguns moinhos que se têm empregado para alguma trituração de trigo são impróprios para isso; portanto, é necessário mandar vir da América Inglesa algum moinho excêntrico, ou capaz de triturar bem. As vides que devem servir para o fabrico de vinho no nosso país são do gênero Vitis labrusia, sendo preferível a espécie Catawba, que se cultiva em grande escala nos Estados Unidos. Quanto ã oliveira, será difícil transplantá-la, mas não creio que seja impossível. A árvore-vaca, ou de leite, que ê indígena na Venezuela, se já não há na Caiena inglesa e holandesa, será pela dificuldade de propagar-se.
Em suma, os nossos objetivos de en- comenda reduzem-se a sementes de trigo ne- gro ou sarraceno, um moinho excêntrico, se- mentes ou pés de Catawba, e repentões (sic) ou pés de oliveira.


De V.Excia. súdito respeitado e capelão

Inácio de Sousa Rolim
Cidade do Crato, 19 de novembro de 1868